Por: Tomás Torre
Diante da crise imediata causada pela Covid-19 os países entraram em estado de emergência em quase todos os sentidos; o mais afetado e tão discutido deles é a Economia. Países ao redor do planeta intensivamente vêm adotando por medidas econômicas diversas para tentar minimizar os efeitos negativos que os afetarão. É, portanto, uma tentativa de segurar a queda e ruptura do sistema econômico mundial, em geral. Tão por isso, o PET Economia-UEM buscou compilar, a seguir, tais medidas econômicas, de diversos países de diversas localidades; o que, após breve observação, é de se notar que, apesar de diversas culturas e sistemas econômicos, a crise econômica se trata de nível mundial.
Dinamarca
O governo dinamarquês publicou, por enquanto, três medidas econômicas para diminuir os prejuízos e problemas que a doença causou no campo econômico, priorizando o mercado de trabalho e empresarial: Primordialmente, o governo procurou fortalecer a liquidez das empresas, para garantir empregos e funcionários, adiando os prazos de certos impostos...A administração pública entende que devem-se afrouxar os recolhimentos de impostos no momento, dada menores vendas e consequentemente uma queda abrupta da receita das empresas; portanto, a estimativa é de adiar 125 bilhões de coroas dinamarquesas, valor cuja correspondência equivale a 88 bilhões de reais; como segunda medida, o governo passa a compensar grandes eventos (com mais de mil pessoas) e eventos com menos de mil pessoas, mas que eram destinados à pessoas de grupos de risco que foram cancelados; e, por último, o estudo de medidas econômicas visadas aos setores de empresas mais afetadas pela crise gerada pela doença, como indústrias de turismo e transporte.
Além de tais quesitos, os governos nórdicos, em geral, tomaram medidas para combater e evitar o desemprego. O governo dinamarquês, especificamente, passou a pagar o salário, por pelo menos três meses, de 75% dos funcionários de iniciativa privada, contanto que os empregadores pagassem os 25% restantes; cobrindo valores de até 23 mil coroas dinamarquesas, correspondente à aproximadamente 16 mil reais. A ideia é justamente manter o vínculo empregatício e evitar sobrecarga às empresas. Além disso, os trabalhadores também cooperam dentre as medidas, cedendo cinco dias das férias remuneradas.
Espanha
Houveram, até o momento, três pacotes de medidas econômicas aplicadas no país: O primeiro, visando fortalecer o bloqueio à propagação do vírus, aprovando “...a concessão de adiantamentos da dívida fiscal, por seis meses e sem juros, às pequenas e médias empresas afetadas”, com o objetivo da injeção de 14 bilhões de euros na economia; a transferência de 2,8 bilhões de euros para regiões necessitadas de recursos importantes ao setor da saúde; da mobilização de 1 bilhão de euros do fundo de contingência, para intervenções futuras; e, por fim, a disponibilidade de uma linha de crédito, de 400 milhões de euros, para ajudar empresas de setores imediatamente atingidos pela crise, como turismo e transporte.
O segundo, visando minimizar os negativos impactos econômicos, destinando aproximadamente 20% do Produto Interno Bruto (PIB) para programas de empréstimo, garantias de crédito e ajuda direta, em conjunto com empresas privadas, que destinariam 117 bilhões de euros ao projeto; para que a crise, assim, não atinja permanentemente o mercado de trabalho, segundo o primeiro-ministro.
Como terceiro, o governo trata de colaborar à população num conjunto de ações, que tratam da extensão de contratos de aluguel; suspensão de despejos por seis meses, contabilizados do início do estado de emergência; de um auxílio emergencial dividido em duas vertentes: a primeira, evitando principalmente problemas de moradia e pagamentos de aluguéis, com aproximadamente 900 euros e proibindo o “corte” de energia, água e afins; e a segunda, destinado às pequenas empresas e independentes, na qual “...governo permitirá um atraso nos pagamentos do seguro social e doará até 440 euros (cerca de R$ 2,5 mil) por mês para aqueles que perderam o emprego durante o estado de emergência ou não têm direito ao seguro desemprego. A suspensão dos pagamentos da dívida para a indústria do turismo por até um ano também está entre as medidas...”
Japão
No Japão o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe propôs um pacote de ajuda de quase US$ 1 trilhão para combater os efeitos da pandemia sobre a economia japonesa. Esse pacote deve representar 20% do PIB, onde uma parte dos recursos será destinada às famílias e outra parcela às empresas, que poderão adiar o recolhimento de impostos durante o período de redução da atividade. O pacote prevê repasses diretos de dinheiro a famílias afetadas e empréstimos a juro zero para empresas. Desses quase US$ 1 trilhão em estímulos à economia contra a crise do coronavírus, o Japão destinou US$ 2,2 bilhões para ajudar empresas que estão na China desejem realocar sua produção de volta para o Japão (US$ 2 bilhões) ou para aquelas que quiserem se mudar para outros países (US$ 200 milhões). Apesar de ter a maior dívida pública acumulada dentre os países avançados, e de ser a terceira maior economia do planeta, o Japão decidiu ampliar seu endividamento para diminuir os efeitos da recessão, considerada por especialistas como a mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ser vizinho de China, berço do novo coronavírus, o Japão foi muito menos afetado pela pandemia de COVID-19 que a Europa ou Estados Unidos. As medidas do governo japonês são menos restritivas que em alguns países da Europa, que aplicam o confinamento rigoroso e multas para quem não cumpre os decretos em vigor.
Itália
A Itália continua a ser o país mais afetado pela epidemia na Europa, seguida pela Alemanha e a França, onde as autoridades anunciaram medidas restritivas, como a proibição de eventos com mais de 5 mil pessoas em locais fechados. Sendo assim, o governo italiano tem como medidas econômicas para minimizar os impactos da disseminação do coronavírus pelo país, injetar € 3,6 bilhões em sua economia, ou seja, 0,2% do PIB, para ajudar as empresas a lidarem com as consequências da epidemia do vírus, sendo que esse montante se soma aos € 900 milhões de um pacote de ajuda às regiões mais afetadas. Essa medida incluirá créditos tributários para companhias com queda de 25% em seus volumes de negócios, cortes de impostos e fundos adicionais para os serviços de saúde.
Outra medida adotada pelo governo Itáliano é a injeção de € 4,3 bilhões no fundo de solidariedade com a finalidade de destiná-los às pessoas que não tem dinheiro para fazer compras. Sendo que serão criados vales para que as pessoas possam comprar alimentos. Esses vales serão no valor de € 600 euros.
E um último esforço da Itália para salvar a economia, é a liberação de € 25 bilhões após a pandemia. Esse montante será destinado a empresas, comerciantes e as famílias para poderem recomeçar após essa crise, além de aumento nos salários de médicos e enfermeiros.
Estados Unidos
Os EUA adotaram uma série de medidas para aliviar os efeitos do vírus. Entre essas medidas, foi declarado emergência nacional, o que torna possível a destinação de até US$ 50 bilhões para auxílio no combate e controle da pandemia. Outra medida tomada pelo governo dos EUA para tentar conter a epidemia do coronavírus foi o corte dos juros da faixa de 0% a 0,25% pelo Federal Reserve, o Fed, espécie de Banco Central norte-americano. Foi aprovado também um pacote de auxílios para cidadãos que estejam sofrendo devido à pandemia, tanto física quanto financeira e emocionalmente. Outra medida que o Fed começará a fazer é liberar uma gama de créditos para famílias, pequenas empresas e grandes empregadores. As medidas incluem o estabelecimento de novos programas que fornecerão empréstimos estudantis, empréstimos com cartão de crédito e empréstimos garantidos pelo governo norte-americano a pequenas empresas, bem como novos programas para comprar títulos de empregadores maiores e fazer empréstimos a eles.
Fontes:
Dinamarca
Espanha
Japão
Itália
EUA
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