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Câmara de Graduação aprova retorno de aulas remotas na UEM


De acordo com a ASC UEM a câmara de graduação e educação básica e profissional da Universidade Estadual de Maringá (UEM) acaba de aprovar o relato de retomada gradativa das aulas da Universidade que deverá ser votada na próxima semana pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP). A aprovação teve 55 votos favoráveis, 14 contrários e 5 abstenções. Dos 14 votos contrários, 4 foram de discentes. Se aprovado, as aulas terão início em 3 de agosto de forma não presencial.

Projeto de inclusão digital é parte das ações para viabilizar a volta às aulas


Sem esperança de volta às aulas presenciais em 2020, a UEM desenvolve um complexo planejamento para a oferta de aulas remotas nos cursos de graduação a partir do dia 3 de agosto. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo CEP. Visto essa possibilidade, diversas ações estão em andamento. Uma delas é o Projeto de Inclusão Digital que visa dar suporte aos estudantes de graduação sem acesso ou com acesso limitado ao mundo virtual.


Para o vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, este projeto é a garantia de que nenhum aluno ficará para trás por não ter equipamento ou acesso à internet. “Precisamos democratizar o ensino. É impensável iniciar o ano letivo sem incluir todos os acadêmicos”, afirma Dias Silva.


Ele explica que o projeto engloba um conjunto de medidas, entre elas a identificação dos alunos em situação de vulnerabilidade e sem acesso tecnológico. “Já realizamos duas pesquisas, por meio da Pró-Reitoria de Ensino (PEN), com o objetivo de mapear a situação do nosso corpo discente. A última apontou que de um universo de 14.984 alunos de graduação, 1,28% não tem acesso à Internet. Mas, considerando que nem todos responderam ao questionário e para que ninguém deixe de ser assistido, os coordenadores de curso, por estarem mais próximos dos alunos, também foram acionados para confirmar este diagnóstico. O conhecimento da realidade é fundamental para dimensionarmos, por exemplo, quantos equipamentos precisaremos adquirir”, afirma Dias Silva, destacando que a consulta também vem sendo realizada com professores, alunos de pós-graduação e agentes universitários.


Conforme adiantou o vice-reitor, garantir a disponibilidade de equipamentos é outra etapa importante do projeto de inclusão digital, na qual estão previstas algumas frentes de trabalho. Por isso deve ser valorizado o atendimento de um pedido encaminhado à Receita Federal de Maringá que resultou na doação de 450 smartphones, provindos de apreensões em operações de combate ao contrabando, e entregues à instituição na última semana. A UEM, que também irá adquirir entre 100 e 200 tablets com recursos próprios, estuda ainda o lançamento de uma campanha de doações de equipamentos a serem disponibilizados aos alunos.


O projeto prevê inclusive a disponibilidade de uso dos laboratórios de informática e outros espaços da Universidade. “Evidente que a reabertura dos laboratórios, caso seja necessária, será feita com a manutenção de todas as medidas de higienização e segurança estabelecidas nos protocolos dos órgãos de saúde e sob orientação do Grupo Técnico instituído pela Portaria 105/2020-GRE”, garante o reitor Julio César Damasceno.

Capacitação de Alunos e Professores

Tão importante quanto garantir o acesso ao mundo digital é dar condições para os professores estarem preparados para dar aula online ou de forma remota, com domínio de ferramentas e plataformas digitais. “Estamos nos organizando internamente e, há dois meses, estamos fazendo e fizemos cursos e eventos para formação dos nossos professores em parceria com a Universidade Virtual do Paraná, com o nosso Núcleo de Educação à Distância (NEaD), entre outros”, explica o reitor, destacando que a oferta de cursos irá se manter, como suporte necessário não só aos docentes mas também aos alunos.

Navegação Garantida

Uma última interface do projeto de inclusão digital da UEM diz respeito ao acesso à internet. Ressaltando que a Universidade já oferece, gratuitamente, diversas ferramentas de suporte tecnológico como o G Suite for Education, que possibilita o acesso da comunidade acadêmica ao Google ClassRoom, ao Google Meet, e às demais ferramentas que fazem parte do pacote que permite acesso ao e-mail, chats, bibliotecas virtuais e a realização de cursos on-line e conteúdos multimídia.


Há mais de um ano a Universidade também integra o rol de instituições que oferecem o serviço eduroam (education roaming), rede sem fio desenvolvida para a comunidade internacional de educação e pesquisa. Com este serviço é possível conectar-se automaticamente à rede sem fio em qualquer localidade que haja pontos de acesso.


Existem outras formas de acesso à internet e suporte tecnológico para a comunidade acadêmica, que, inclusive, foram, e estão sendo ampliadas conforme o vice-reitor.


A novidade neste pacote é uma parceria que deve ser firmada entre a UEM e a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) que irá garantir o acesso à plataforma de ensino remoto para todos os alunos.


A disponibilidade vai se dar a partir do uso de um aplicativo para atividades síncronas (web conferência) e acesso de conteúdo virtual autorizado sem o consumo de dados móveis do estudante e do professor cadastrado.


A tecnologia é compatível em telefone móvel, sistema Android ou em aparelhos iOS. O APP também pode ser acessado a partir de tablets.


“Todas essas ações e outras que vêm sendo estudadas fazem parte de um esforço conjunto feito dentro da UEM para adaptar a instituição à uma nova realidade imposta pelo coronavírus, mas que também expos importante lacuna no acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) por parte da comunidade universitária, que deve ser enfrentada, sempre com foco na qualidade do ensino”, finaliza Dias Silva.

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